De acordo com dados da ONU, um em cada 68 indivíduos apresenta algum transtorno do chamado “espectro autista” (TEA). O autismo é uma condição neurológica que compromete todo o comportamento social do indivíduo, bem como a sua forma de comunicação, que em muitos casos não é verbal. A incidência cresce gradativamente e afeta milhões de pessoas no mundo inteiro.
Em recente comemoração ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, defendeu a importância do uso de tecnologias assistivas para promover a inclusão e independência dos autistas.
Um outro avanço importante se dá no que se refere a implementação de medidas para tornar o cotidiano do autista mais prático. De acordo com o médico especialista em autismo, Dr Abram Topczewski, o transtorno do espectro autista é um distúrbio neurobiológico, geneticamente determinado, mais frequente no gênero masculino e com elevada incidência na população. As características clínicas são complexas e interferem de modo marcante no desenvolvimento do indivíduo. Compromete bastante principalmente a comunicação, a interação social e o padrão comportamental. Essas alterações podem ser evidenciadas desde o primeiro ano de vida e se estendem pela adolescência e na idade adulta.
As crianças autistas apresentam defasagem na comunicação em consequência do atraso ou ausência do desenvolvimento da fala. A comunicação não verbal, caracterizada pela expressão facial, pelo olhar ou pelos gestos, também é bastante comprometida.
Os portadores do “TEA” apresentam dificuldades para as atividades em grupo, e frequentemente preferem ficar isolados, não demonstram interesse em compartilhar atividades e pouco se interessam pelo mundo ao seu redor. Apresentam movimentos repetitivos, sem propósitos e sem significados, as chamadas “estereotipias”. São bastante resistentes a mudanças rotineiras e muito apegados a rituais. Essas características repercutem significativamente na vida familiar, social, escolar, laboral e comunitária.
Projeto Residencial Assistido para Portadores de TEA
Com base em décadas de experiência no atendimento de portadores do transtorno do aspecto autista (TEA) bem como o contato frequente com seus familiares, o Dr Abram Topczewski, identificou uma crescente preocupação dos familiares com o futuro dos portadores do TEA na adolescência e adultidade. Portanto aventou-se a possibilidade de se criar um núcleo de moradia assistida para que tenham uma vida mais independente e que possam envelhecer com tranquilidade e segurança.
O Dr Abram alerta para a necessidade Brasil, a exemplo do que acontece em outras partes do mundo, a criação de um núcleo residencial para atender essa demanda. Então em parceria com a arquiteta Deise Marques Araújo resolveu criar um projeto arquitetônico que atende todas as necessidades da vida de um adulto autista.
O objetivo da criação de uma unidade comunitária nesses moldes é oferecer dignidade no atendimento e tratamento adequado às suas condições, de modo individual ou coletivo, de acordo com necessidades e limitações.
A proposta parte da formação de um residencial onde os portadores do TEA serão assistidos por terapeutas (fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, fisioterapeutas, professores, terapeutas ocupacionais), médicos, enfermeiras, assistentes sociais, cuidadores.
O projeto também pretende criar condições de trabalho desenvolvido sob orientação de profissionais especializados. Horta, criação de pequenos animais, panificadora são algumas das atividades sugeridas. Inclui também ações culturais, como música e artes plásticas, atividades físicas, como natação, por exemplo, além de equitação, sempre respeitando necessidades e limitações individuais.
O Conceito Arquitetônico:
“Em conformidade com as especificações e o programa apresentado pelo Dr Abram Topczewski, a principal premissa do Projeto Arquitetônico é proporcionar a sensação de uma vida de um cidadão comum com rotinas cheias de tarefas, uma relação urbana do espaço”, afirma a arquiteta Deise Araújo.
1. A edificação que possa remeter o morador a uma Vila, com Alamedas, Praças, Áreas de lazer, Áreas de atendimento e tratamento (estudos) e Produção dentro das suas possibilidades (trabalho).
2. No apartamento proporcionar seu lar particular, individualmente ou em dupla, com suas próprias rotinas, com o constante auxilio para a busca de maior autonomia.
3. Já as áreas comuns, onde ficam as salas de terapias e vivencia, sempre com total acessibilidade e organizado para um reconhecimento imediato com caminhos condutores e diretivos.
4. A atmosfera geral com qualidade ambiental com iluminação e ventilação natural;
5. Para as áreas de atividades de apoio as necessidades de atividades físicas, de artes e ou jardinagem, sempre com elementos arquitetônicos que possam proporcionar motivação conforme cada talento, baseado na neuroarquitetura, onde se busca potencializar a esfera ambiental que possa interagir com as emoções e ou reações do morador.
Dimensionamento de Terreno
Para uma unidade modelo, que se possa repetir para atender por volta de 20 moradores de 2.500 a 4.500m². Para 70 a 100 moradores com blocos separados de 7.000 a 10.000m²
“Composta por quatro estruturas residenciais, com espaço de recepção e espaços comunitários, piscina e estruturas associadas, e área verde com pomar e área para pequenas criações de animais, tudo projetado para ser acessível e adequado para adultos TEA”, explica a arquiteta responsável pelo projeto arquitetônico, Deise Marques Araújo.
O projeto está em fase de captação de patrocínio e doações, caso tenha interesse em contribuir para a sua implementação, entre em contato!
Sobre
Dr Abram Topczewsk
Neurologista da infância e adolescência do Hospital Albert Einstein Mestrado em Neurologia pela USP, Doutor em Neurociências pela Unicamp, autor do livro Transtorno do Espectro Autista: como lidar.
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